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R a r a s !
Hum, que cheirinho de primavera!
Hum, mas essa primavera tem uma fragância combinada, ela também cheira a verão...hum !
Eu amo Outubro. Amo, amo, amo de paixão. Desde criança. Claro que tinha o Dia das Crianças, mas era mais que isso, era o sol quente de novo, o fim de ano mais próximo, as férias, os primeiros papos sobre como seria o Natal, os dias felizes que só o verão traz. Mamãe deixava a gente ficar lá fora por mais tempo, e a gente amava isso. Sempre fomos rueiros, os filhos da minha mãe. E juntava as crianças da vizinhança, e meus primos e primas que surgiam feito pipoca e todo dia era dia de festa. Aí, a gente cresce, os dias não mudam mais de mês para mês, a rotina, os afazeres a fazer, as coisas todas da vida, mas aquela sensação persiste. A sensação de que poderei ficar mais tempo lá fora, e que fazer a lição já não é tão importante pois já tenho notas o suficiente pra passar. Ai!... porque a gente cresce? Onde ficam aqueles dias felizes? Não parece desperdício que passem tão rápido os dias tão felizes? Estou nostálgica e melancólica hoje. Quase sinônimos que remetem ao passado. Mas, estranhamente estou assim também pelo que não foi mas poderia ter sido. Pelo que vive, mas não cresce. Pelo que existe nas sombras, mas que não consegue chegar à luz. Pelo telefone que tocou aqui, e não foi atendido. Pelo retorno que tocou lá e que igualmente não foi. Pelas palavras que queriam ser ditas, de lá, de cá, mas que não foram, nem nunca serão. Nunca...nunca... nunca. Certa vez, justo no mês de Outubro, passei uns dias numa praia linda de Maceió. Lá, conheci um moço que tinha Mar no nome e que antes de eu ir embora, disse-me: _ Surpreenda-me! Achei tão linda essa forma de se despedir, algo como um pedido pra eu ficar. Não fiquei, tinha que voltar, foi uma paixão que viveu o tempo que tinha pra viver.
Mas hoje, essa frase tão linda fica coçando na minha língua, louca pra ser dita para aquele que tem todas as minhas horas nas mãos, mas não sabe oque fazer com elas.
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