É o desabafo de um sentimento.



Mãos Geladas
Neons acesos
Hora e temperatura
Completamente zerados
Sinto falta de andar sozinha
Pelas ruas que me cuspiram
Quando caminhei em prantos
Sinto falta de caminhar
sozinha ao amanhecer
Me sentindo com sono e segura
Mochila nas costas
Álcool nas veias
Qualquer coisa
pra me fazer esquecer
Sinto falta das ruas escuras
Arvoredos e praças
Baldes d´água
Regar frutíferas de madrugada
Espaguete às duas
Filmes até cair no sono
Cigarros , whiskys, cervejas, vodkas
Lágrimas, lágrimas, lágrimas...
Sinto falta das ruas, do ar sujo e seco
Porque a dor sempre volta
Nem dá tempo de sentir saudade
Mãos geladas, tremendo
Esperando o último ônibus pra casa
Quatro graus, quatro graus
A quantos graus, Deus meu,
Meu sentir chegou?
O coração não sente
Mero músculo pulsante
Substâncias quìmicas cerebrais
Resolvo as dopaminas
E outra coisa me destrói
Mãos geladas, se aquecendo
Dentro dos bolsos
Caminhando, caminhando
O mundo é belo lá fora
Não compreendo o mundo interno
E nem procuro tentar mais..
Lá fora luzes amarelas
Poluem a visão da escuridão
Sentimentos em vão
Sentimos demais, demais...
E este poema não é pra você
É o desabafo de um sentimento.
De tudo o que eu quero
Deixar pra trás.
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